quarta-feira, 26 de abril de 2017

A Luneta Mágica

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Mil desculpas pela quantidade absurda de dias sem atualizar esta singela página virtual. Estou me tornando um cara preguiçoso a ponto de se dar ao luxo de deixar sua página virtual criada em 2012 (tempo das cavernas, para os leigos) inativa em alguns momentos (como esse). Também tenho outras ocupações, como ler e viver (essa foi um pouco profunda agora, me desculpem). No entanto, passo muito tempo 'dando conta' de algumas redes sociais que participo e também aprendendo tanto inglês como lidar com as pessoas - tanto em meros vídeos motivacionais como em incessantes reflexões. O fato é que hoje voltarei a postar. Ativamente? Não sei, pois agora tenho um motivo coerente para 'frear' o progresso de postagens do blog (que há tempos não é mais o mesmo. E eu estou falando do progresso, e não do blog em si, já que tenho certeza de que melhorei minha escrita, como já era de se esperar de um menino que possui 15 anos de idade, e não apenas 10, como tinha em 2012). Minhas aulas no instituto federal da minha cidade irão começar, e agora meu ritmo estudantil será intenso. Mas não se preocupe. Posso dar conta disso. Eu sei que posso.

Depois de um parágrafo importante e ao mesmo tempo desnecessário, vamos direto ao ponto. O romance cômico que li recentemente chamou bastante minha atenção. Da mesma maneira que livros significantes me chamam. Não só a mim. A Luneta Mágica é mais uma obra-prima de Joaquim Manuel de Macedo. O mesmo autor de "A Moreninha" fez questão de deixar a história de Simplício, protagonista do romance, um tanto sofrida e ao mesmo tempo instigante. O resultado disso? Um livro sensacional e que nos coloca em um panorama bastante reflexivo em relação à vida e as pessoas que a cercam.

Simplício sofre de miopia. Tanto física quanto moral. É praticamente guiado pelo mano Américo, que é importante no ramo dos negócios e até mesmo da política do Rio de Janeiro. 'Nosso protagonista' vive rodeado por seus familiares: A tia domingas, o próprio Américo e a prima Anica. No meio de tamanha tristeza do jovem em relação à seu problema de miopia, Reis (bom homem e dono de um armazém) o apresenta a um velho armênio que trabalha em seu 'depósito'. O próprio lhe dá uma luneta mágica, na qual Simplício poderá enxergar perfeitamente bem (como nunca). No entanto, se o mesmo fixar a luneta durante alguns minutos sobre algo e sem interrupções, ele chegaria a ver a 'visão do mal' de cada pessoa e até mesmo de animais/objetos.

O jovem, mesmo sendo alertado pelo velho armênio e sabendo dos riscos que isso traria à sua índole e até mesmo a própria visão dele sobre o mundo e as pessoas que o rodeiam, não obedeceu às recomendações do homem e fixou a luneta inúmeras vezes, por um bom tempo, em inúmeros objetos e conhecidos. Perdeu a confiança que antes fora depositada em seus familiares - como também a vontade de viver.

Na beira do abismo (quase que literalmente), o Reis o reapresenta ao armênio, que lhe dá, desta vez, uma outra luneta - que lhe proporciona conhecer a visão do bem, desta vez. E engane-se quem pensa que Simplício parou de sofrer. Ao contrário do que se parece um pouco óbvio, o protagonista do romance se apaixona por inúmeras melhores e se torna muito próximo de pessoas que só querem aproveitar de sua riqueza e bondade bastante inocente.

À beira do precipício (dessa vez, literalmente), o velho armênio, acompanhado do Reis, lhe dá uma nova luneta (desta vez, permanente) que salvará sua vida por completo. A luneta da vez lhe permitirá não só uma ampla visão, mas também discernimento o bastante para distinguir o bem do mal e as pessoas que valem à pena das que, digamos... Nem tanto. E essa é a reflexão que o livro nos traz. E essa a graça da vida. Refletir... E viver.
Até a próxima!