quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Dom Casmurro - Parte 1

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Eis que tive o prazer de folhear as primeiras páginas desse romance fantástico que fora escrito pelo saudoso e célebre escritor brasileiro Machado de Assis. Dom Casmurro está, sem sombra de dúvidas, na lista dos romances que remodelaram completamente a estética romancista brasileira. Para quem não sabe, Machado de Assis (que nasceu nem 1839 e acabou falecendo no ano de 1908) é o autor de inúmeras obras-primas, dentre elas "Memórias de Brás Cubas", "Quincas Borba", "Memorial de Aires", "Helena", "A Mão e a Luva" e "O Alienista". No entanto, a obra mais marcante é justamente essa que iremos debater um pouco.

Engana-se quem pensa que Dom Casmurro é o nome original do nosso narrador-personagem. O "herói" da trama chama-se Bento (apelidado de Bentinho ao longo do romance), que adquiriu esse apelido a partir da velhice, onde conhecidos perceberam o quão Bentinho era sisudo. De fato, Bento se mostrou bastante antiquado em relação à felicidade, promíscuo em alguns momentos (principalmente quando se tratava de lembrar de certos acontecimentos que lhe eram distantes), carrancudo e amargurado. Poderia ser apenas uma cisma comum da velhice que atingiu Bentinho a partir da velhice; no entanto, se lermos o romance da primeira linha à última, perceberemos que o nosso Dom Casmurro teve motivos de sobra para 'ficar de mal com a vida'. De inefáveis momentos no seminário, com seu 'melhor amigo' Escobar e com Capitu à amargura em ser traído pelas pessoas que mais amava e confiava.

Bentinho mora com a mãe, Dona Glória, e seus parentes (sendo que o pai já tinha vindo à óbito tempos atrás). Glória, devota a Deus como sempre foi, tinha prometido a vida de seu filho à carreira eclesiástica. Os dias sucederam-se, e Dom Casmurro, já quase adulto, pôs-se a ir ao seminário mais próximo de sua morada (na rua de Matacavalos) para estudar por lá e tornar-se padre logo que possível. No entanto, a jovem e doce Capitolina pôs-se a deixá-lo completamente apaixonado. De amigos de infância a namorados, ambos fizeram uma promessa na qual estava em jogo o futuro do casal - Bentinho prometeu se 'dissociar' do seminário assim que possível (com a ajuda do agregado José Dias, que, inclusive, era amigo de seu pai já falecido e que morava na própria casa em que vivia Bento e a mãe) para, enfim, viver longe daquela carreira eclesiástica que ele tampouco queria desfrutar.

Mesmo planejando sair daquela situação em que se encontrava, Dom Casmurro passou inúmeros dias e noites convivendo com inúmeros jovens ali mesmo, naquele seminário. De tanto conhecer aqueles 'calouros' da vida eclesiástica, tornou-se amigo de Escobar, um jovem que também tinha outras pretensões em relação à sua vida (queria ser comerciante o mais rápido possível); Escobar, inclusive, gostava de escrever versos similares aos de Junqueira Freire. Sendo assim, a intimidade do jovem com Bentinho se tornou cada vez maior; mal eles podiam esperar o que viria a ocorrer tempos depois.

Até a parte 2 (final)! Conto com sua lida!